8/18/2006

Primeiro : Como nos vemos, vemos os outros e os outros nos vêem

:: II ::
O Nacionalismo vs. o amor pela Pátria.

Portugal vive na sombra de anos de ditadura, porventura menos severa e fecunda em privações de liberdade que muitas outras pela Europa fora, o que aliás, talvez explique em parte o porquê da sua longevidade.
Essa sombra obscurece a noção de amor pela Pátria, apaga o orgulho luso no que é seu e favorece apenas manifestações inócuas de folclore verde e vermelho em umas poucas ocasiões.
Nacionalismo é ainda uma palavra feia que se sussurra no medo, tão democrático diga-se, de ser confundido com um extremismo que não pode existir apenas, de forma tão livre também, em um só quadrante político.

A apropriação do nacionalismo pela direita radical é um facto, mas é um facto também que a repulsa pelo nacionalismo, ou patriotismo se se preferir pelos partidos do ‘centro’, é uma prova da sua ineficácia enquanto garantes da nossa governação e guardiões dos nossos interesses colectivos.

Podemos fazer uma distinção entre Patriotismo e Nacionalismo restringindo-se no primeiro o amor aos símbolos e de certa forma à cultura e no segundo a uma defesa mais acérrima de uma identidade e de uma certa noção de superioridade, nomeadamente através da valorização dos interesses nacionais sobre os dos restantes. Agora como pode alguém amar sem defender e valorizar o que ama? Como pode alguém amar um país sem querer o que é melhor para ele e para os seus cidadãos?

O Patriotismo pode assim ser considerado como a mãe do Nacionalismo sendo este a manifestação no campo visível e das acções do sentimento alimentado pelo amor à Pátria.

Democracia sim, mas apenas uma democracia patriótica!